segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Oi bebê,

mais de mês que não te escrevo.

Mas mamãe anda cansada, exausta fisicamente e psicologicamente.

Sonho contigo todas as noites e te espero quase em extase - sem estar ansiosa.

Mas vou te dizer, essa gravidez me pegou mais disprevinida do que calça caindo no meio da 25 de março.

De toda a externalidade que eu tinha na gravidez da Laura, confiança, disposição, orgulho, rebeldia, sonhos, futuro, vontade de lutar, de vencer....

Na sua eu vivo um eu, uma internalidade quase doída.

Um sentimentalismo barato, uma indisposição física (estou devagar, sempre com dor/desconforto em algum lugar diferente), um medo surreal de qualquer coisa, qualquer coisa, reflexões sobre meus defeitos, minha maternidade e meu passado quase que o tempo inteiro, o tempo inteiro. Não brigo com ninguém, não me reconheço e estou quase sempre me sentindo culpada ou tentando ser alguém totalmente passivo.

Ta foda fazer essa transição. Que se eu não gestei minha sombra na primeira gravidez, agora ela veio redobrada. Você é todo o meu EU anterior, tudo o que eu nunca bati de frente - eu mesma, agora tendo que enfrentar. A luta mais difícil da minha vida, com certeza.

Faço o que? Agradeço horas, sem você eu poderia conhecer o mundo inteiro, mas não ME conheceria.

Obrigado meu neném, por transformar a sua mãe.


Nenhum comentário:

Postar um comentário